sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A Melhor de Todas as Gerações de Missionários


Of the Quorum of the Twelve Apostles


M. Russell Ballard
Hoje nós os conclamamos, jovens irmãos do Sacerdócio Aarônico, a levantar-se, a atingir seu máximo, e a estar plenamente preparados para servir ao Senhor.
Em uma das mais vigorosas e instrutivas histórias do Livro de Mórmon, o povo de Amon fez convênio de que nunca mais “usaria armas para derramar sangue humano”. Mas “quando viram o perigo e as muitas aflições e tribulações que os nefitas padeciam por eles, encheram-se de compaixão e desejaram pegar em armas em defesa de seu país”. (Alma 53:13) Helamã e seus irmãos, contudo, persuadiram-nos a honrar o convênio que haviam feito com o Senhor.
O relato da escritura não nos informa quem teve a idéia de lembrar que os filhos não haviam feito o mesmo convênio que seus pais. Gosto de pensar que foi um jovem quem primeiro sugeriu a possibilidade de que ele e seus amigos poderiam “pegar em armas e [adotar] o nome de nefitas”.
“E fizeram convênio de lutar pela liberdade dos nefitas, sim, de proteger a terra, ainda que com sacrifício da própria vida.” (Alma 53:16–17)
Essa foi uma tarefa extraordinária para o grupo de 2.000 rapazes, mas eles eram rapazes extraordinários. De acordo com o que consta da escritura, “eram todos jovens e muito valorosos quanto à coragem e também vigor e atividade; mas eis que isto não era tudo — eles eram homens fiéis em todas as ocasiões e em todas as coisas que lhes eram confiadas.
Sim, eles eram homens íntegros e sóbrios, pois haviam aprendido a guardar os mandamentos de Deus e a andar retamente perante ele”. (Alma 53:20–21)
O restante da história mostra como esses rapazes lutaram valorosamente contra os guerreiros mais velhos e mais experientes do exército lamanita. Segundo seu líder, Helamã, lutaram “como que com a força de Deus; sim, nunca se soube de homens que tivessem lutado com força tão miraculosa; e com tal vigor caíram sobre os lamanitas, que os aterrorizaram; e por esta razão os lamanitas entregaram-se como prisioneiros de guerra”. (Alma 56:56)
Imaginem só! Jovens inexperientes, mas tão preparados espiritual e fisicamente, e tão cheios de força, que aterrorizaram seus inimigos até sua rendição! Embora todos os 2.000 jovens tivessem sido feridos na batalha, em um momento ou outro, nenhum morreu. (Ver Alma 57:25.) Novamente cito Helamã: “atribuímos isso ao miraculoso poder de Deus, por causa de sua extraordinária fé naquilo que haviam sido ensinados a crer — que existia um Deus justo e que todo aquele que não duvidasse seria preservado pelo seu maravilhoso poder”. (Alma 57:26)
Irmãos, hoje travamos uma batalha que, sob vários aspectos, é muito mais perigosa, muito mais cheia de riscos do que a batalha entre os nefitas e os lamanitas. Nosso inimigo é astuto e engenhoso. Lutamos contra Lúcifer, o pai de todas as mentiras, o inimigo de tudo o que é bom, correto e sagrado. Vivemos verdadeiramente no tempo previsto por Paulo, em que “homens [seriam] amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela”. (II Timóteo 3:2–5)
Isso soa familiar, irmãos? A mim, soa como os programas do horário nobre na televisão.
Vivemos “tempos perigosos”. Batalhamos literalmente pela alma dos homens. O inimigo é impiedoso e implacável . Faz prisioneiros eternos em uma progressão alarmante. E não tenciona dar trégua.
Embora sintamo-nos sinceramente gratos pelos inúmeros membros da Igreja que realizam coisas maravilhosas na batalha pela verdade e justiça, é necessário que eu lhes diga que isso ainda não é suficiente. Precisamos de muito mais ajuda. E assim como o povo de Amon voltou-se para seus filhos em busca de reforço na guerra contra os lamanitas, nós nos voltamos para vocês, meus jovens do Sacerdócio Aarônico. Precisamos de vocês. Como os 2.000 jovens guerreiros de Helamã, vocês também são filhos espirituais de Deus e podem também ser investidos de poder para edificar e defender Seu reino. Precisamos de que façam convênios sagrados, assim como eles fizeram. Precisamos de que sejam meticulosamente obedientes e fiéis, assim como eles foram.
Precisamos atualmente da melhor de todas as gerações de missionários da história da Igreja. Precisamos de missionários dignos, qualificados e espiritualmente energizados que, como os 2.000 jovens guerreiros de Helamã, sejam “muito valorosos quanto à coragem e também vigor e atividade” e que sejam “homens fiéis em todas as ocasiões e em todas as coisas que lhes [forem] confiadas”. (Alma 53:20)
Escutem bem estas palavras, meus jovens irmãos: valor, coragem, vigor, atividade, fidelidade. Não precisamos de jovens fracos espiritualmente e só parcialmente comprometidos. Não precisamos de jovens apenas para fazer número; precisamos de todo o seu coração, poder e mente. Precisamos de missionários vibrantes, criativos, entusiasmados, que saibam ouvir e responder aos sussurros do Espírito Santo. Não é hora de ter fraqueza espiritual. Não podemos enviar vocês em missão para que sejam reativados, reformados, ou para receber um testemunho. Não há tempo para isso. Precisamos de que estejam cheios de “fé, esperança, caridade e amor, com os olhos fitos na glória de Deus”. (D&C 4:5)
Como Apóstolo do Senhor Jesus Cristo, eu os conclamo a começar imediatamente — esta noite — a ser plena e completamente dignos. Decidam-se e assumam o compromisso para si mesmos e para Deus de que, a partir deste momento, irão esforçar-se diligentemente para manter o coração, as mãos e a mente puros e limpos de qualquer tipo de transgressão moral. Decidam evitar a pornografia do mesmo modo como evitam a doença mais perniciosa, pois é exatamente o que ela é. Decidam abster-se completamente de fumo, álcool e drogas ilegais. Decidam ser honestos. Decidam ser bons cidadãos e viver de acordo com as leis do local onde moram. Decidam que a partir desta noite nunca mais pecarão contra a castidade ou usarão de linguajar que não seja condizente com um portador do sacerdócio.
E isso ainda não é tudo o que esperamos de vocês, meus jovens irmãos. Esperamos que tenham a compreensão e um firme testemunho a respeito do evangelho restaurado de Jesus Cristo. Esperamos que se esforcem ao máximo. Esperamos que façam e cumpram sempre seus convênios. Esperamos que sejam missionários tão gloriosos quanto é gloriosa a mensagem que levam.
Esses padrões são elevados. Compreendemos que o sejam, mas não podemos desculpar-nos por isso. Eles refletem os padrões que o Senhor estabeleceu para que vocês recebam o Sacerdócio de Melquisedeque, entrem no templo, sirvam em uma missão e sejam maridos e pais dignos. Não há novidade nenhuma neles, nada que já não tenham ouvido. Mas hoje nós os conclamamos, jovens irmãos do Sacerdócio Aarônico, a levantar-se, a atingir seu máximo, e a estar plenamente preparados para servir ao Senhor.
Muitos de vocês já se encontram nesse caminho, e nós os elogiamos por sua dignidade e determinação. Para aqueles que ainda não estão, que esta noite seja o início de seu processo de preparação. Caso se encontrem em falta quanto à dignidade, decidam fazer as mudanças necessárias, começando agora mesmo. Se acham que precisam conversar com seu pai e seu bispo sobre pecados que talvez tenham cometido, não esperem mais: façam isso agora. Eles irão ajudá-los a arrepender-se e a mudar para que possam ocupar seu lugar como membros da melhor de todas as gerações de missionários.
Peço-lhes que compreendam o seguinte: o critério estabelecido para o serviço missionário está sendo elevado. Os dias dos missionários do tipo “arrepende-se-e-vai” já se acabaram. Vocês sabem a que me refiro, não sabem, meus jovens irmãos? Alguns rapazes têm a idéia equivocada de que podem adotar um comportamento pecaminoso e depois arrepender-se, quando chegam aos dezoito anos e meio, para poder sair em missão aos dezenove. Embora seja verdade que possam arrepender-se dos pecados, vocês poderão — ou não — ser considerados aptos para servir. É muito melhor manterem-se limpos, puros e valorosos, fazendo coisas simples como:
  •  
    Desenvolver um significativo relacionamento com seu Pai Celestial, por meio da oração;
  •  
    Santificar o Dia do Senhor;
  •  
    Trabalhar e reservar parte das economias em uma poupança;
  •  
    Pagar integral e honestamente seu dízimo;
  •  
    Limitar o tempo gasto com jogos no computador. A quantidade de pontos acumulados em um minuto não surtirá nenhum efeito em sua capacidade de ser um bom missionário.
  •  
    Oferecer ao Senhor mais tempo, estudando as escrituras e recebendo a compreensão da mensagem maravilhosa da Restauração que temos para o mundo.
  •  
    Servir ao próximo e prestar-lhe seu testemunho.
Pais, vocês desempenham um papel vital nesse processo de preparação. Sabemos que a influência mais profunda exercida na preparação dos jovens para o Sacerdócio de Melquisedeque, para o casamento e a paternidade, encontra-se na família. Se seu filho compreende as doutrinas básicas exigidas para tornar-se um pai fiel, ele certamente está pronto para servir em uma missão de tempo integral. Infelizmente, inúmeros pais abdicam dessa responsabilidade eterna. Talvez vocês achem que o bispo e o seminário, a Escola Dominical e os professores e líderes dos Rapazes encontram-se em melhor condição de motivar e inspirar seus filhos do que vocês. Esse simplesmente não é o caso. Embora os líderes eclesiásticos sejam importantes na preparação de seu filho quanto ao sacerdócio e a missão, a Igreja existe como um recurso para vocês. Ela não é uma substituta de seu ensino, orientação e correção inspirados.
Conseqüentemente, ao “elevarmos o critério” para seus filhos servirem como missionários, isso significa que também estamos “elevando o critério” para vocês. Se esperamos mais deles, significa que esperamos mais de vocês, pais, e das mães também. Lembrem-se: os 2.000 jovens guerreiros de Helamã eram fiéis porque “haviam aprendido a guardar os mandamentos de Deus e a andar retamente perante ele” (Alma 53:21) — e eles receberam essa instrução dentro do lar.
Alguns pais acham que não têm o direito de fazer perguntas sobre a dignidade de seus filhos. Acham que isso é uma prerrogativa exclusiva do bispo. Pais, não só vocês têm o direito de conhecer a dignidade de seus filhos, como têm a responsabilidade de fazê-lo. É seu dever saber como seus filhos estão no que se refere a seu bem-estar e progresso espiritual. Vocês precisam acompanhar cuidadosamente os assuntos e preocupações que eles trazem a vocês. Façam perguntas específicas a seus filhos quanto à sua dignidade, e recusem-se a aceitar menos do que respostas específicas.
Com muita freqüência, nossos bispos precisam instruir os jovens a falar com seus pais sobre os problemas que enfrentam. Esse procedimento deveria, na verdade, fluir no sentido contrário. Os pais deveriam estar tão intimamente cientes do que se passa na vida dos filhos que deveriam conhecer seus problemas antes do bispo. Deveriam primeiro aconselhar os filhos e depois ir com eles até o bispo, se isso for necessário para o arrependimento completo. Como juízes de Israel, divinamente designados, os bispos e presidentes de estaca determinam a dignidade e decidem questões pela Igreja, mas, pais, vocês têm a responsabilidade eterna pelo bem-estar espiritual de seus filhos. Peço-lhes que assumam sua posição legítima de conselheiros, consultores e líderes no sacerdócio, na preparação de seus filhos para tornarem-se portadores do Sacerdócio de Melquisedeque e servirem como missionários.
Agora, algumas palavras a vocês, bispos. Imagino que existam muitos rapazes que não têm um pai fiel em casa. Nesse caso, usem os recursos da Igreja para garantir que esses portadores do Sacerdócio Aarônico sejam ensinados por irmãos do Sacerdócio de Melquisedeque, que os ajudem a preparar-se para seu futuro serviço no sacerdócio. Repousa sobre seus bispos e presidentes de estaca a responsabilidade de recomendar somente os rapazes e moças que julguem estar preparados espiritual, física, mental e emocionalmente para enfrentar a realidade de hoje da obra missionária. Irmãos, julguem sabiamente e lembrem-se: nem todo jovem precisa ser chamado para servir longe de casa; alguns podem vir a ser muito mais úteis servindo sob sua direção, como missionários de ala.
Àqueles dentre vocês que estão atualmente servindo em uma missão de tempo integral, agradecemos por seu serviço. Esta noite é uma excelente oportunidade para cada um avaliar cuidadosamente o próprio desempenho. E se não estiverem atingindo seu máximo, seu presidente de missão irá ajudá-lo a fazer as mudanças necessárias para ser um servo eficaz e dedicado ao Senhor Jesus Cristo.
Finalmente, aos que dentre vocês já serviram em uma missão, peço que se lembrem de que foram desobrigados de sua missão, mas não da Igreja. Por dois anos foram representantes do Senhor Jesus Cristo. Esperamos que sempre tenham a aparência e as ações de um de Seus discípulos. A aparência. As ações. Não sigam a tendência e a moda do mundo. Vocês são muito melhores do que isso. Caso escorreguem, façam o que for necessário para recuperar o equilíbrio espiritual. As normas para a felicidade e o sucesso depois da missão são muito parecidas com as que tinham durante a missão: orar diligentemente, trabalhar exaustivamente, e ser obedientes. Esforcem-se sinceramente agora, para encontrar a companheira eterna ao lado de quem possam desfrutar a vida. Sirvam ao Senhor juntos, e despertem a próxima ótima geração.
Meus irmãos, falei-lhes francamente. Espero que sintam o amor e a preocupação que emanam da Primeira Presidência, do Quórum dos Doze Apóstolos e de outros líderes da Igreja, ao pedirmos a vocês que se preparem agora para juntar-se a nós para levar as bênçãos do evangelho restaurado a todos os povos da Terra. Cada um de vocês é precioso, e queremos que vocês saiam vitoriosos, sãos e salvos nessa batalha pela alma dos filhos de nosso Pai Celestial. Que Deus os abençoe com coragem para “ser fiéis em todas as ocasiões” (Alma 53:20), e com visão, para saber quem são e o que o Senhor quer que façam. É a minha oração, em nome do Senhor Jesus Cristo. Amém.

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